segunda-feira, 21 de março de 2016

Domingo de Ramos'16

Início da Semana Santa


Este ano, o Domingo de Ramos, caiu um dia depois do Dia do Pai. Para os pais, que a felicidade da paternidade perdure pela vida fora!



Num domingo primaveril, os ramos enfeitados, para a madrinha, persistem em preservar um costume que, em Trás-os-Montes, dá aos padrinhos um importante papel na educação dos afilhados.



A bonita senhora de São Cornélio foi das primeiras a chegar ao largo do Lar de Travancas, para a bênção de ramos. Ao desejo dela, de mandar beijinhos e abraços aos familiares residentes no Luxemburgo,  Travancas da Raia serve de correio, com agrado.


Como habitualmente, enquanto o senhor padre não chega, trocam-se dois dedos de conversa.



Formam-se agrupamentos informais...


E saúdam-se os amigos e vizinhos que estão fora.


E o senhor padre Delmino chegou, tendo bafejado o fotógrafo com um inesperado olá de boas-vindas.

O Domingo de Ramos é uma festa cristã que celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Ao contrário dos reis, que montam num cavalo, símbolo de guerra, Jesus entra na cidade montado num burro, símbolo de paz e humildade.


De acordo com o evangelho de São João, o povo, em festa, aclama-o como um rei,  cobrindo o caminho com mantos e folhas de palmeira, símbolos de vitória e triunfo na tradição judaica.



Amor de pai


Em Travancas, como não há folhas de palma, é costume os ramos serem de oliveira e alecrim, mas há quem  ponha loureiro. 


A oliveira está associada à paz e o alecrim, entre outros significados, simboliza a imortalidade em cerimónias fúnebres. O loureiro  é um símbolo de triunfo,  usado nas culturas mediterrânicas pelos laureados.



Esta senhora de São Cornélio, apesar das pernas já não a ajudarem,  marca sempre presença nas festas da paróquia. Cada vez que a vejo, o meu espírito alegra-se e a luz branca que dela irradia transmite-me uma sensação de bem-estar.


Bêncão de ramos


Todos levantam os ramos,  para serem aspergidos com água benta.


Senhor padre Delmino borrifando com o hissope os ramos do senhor Ramiro e de outra senhora, ambos residentes no Lar de Travancas.


Poulinhas, presente!

Hosana ao Filho de David!


Há cada vez menos crianças e menos madrinhas. No entanto, pelas terras da raia, o ramo enfeitado de guloseimas  está a ser preservado. Oxalá seja adaptado à modernidade e se fortaleça!


Depois da bênção de ramos, os paroquianos presentes no largo, seguiram, em procissão, como peregrinos neste mundo, para a igreja matriz, onde foi celebrada a sagrada Eucaristia.


Oração...


Silêncio...


Homens de fé...


Meditação...


Missa de Domingo de Ramos. 
Com o despovoamento das aldeias e menor prática religiosa, longe vão os tempos em que a igreja ficava abarrotada de fiéis.



Findo o ritual religioso de comemoração da chegada de Jesus a Jerusalém, é hora de regressar a casa.


No adro, relacionamento entre vizinhos, antes do almoço.


Que fazer com o ramo benzido? Resquício de paganismo, há quem o ponha atrás da porta, para dar sorte, ou para queimar. Acredita-se que o perfume do alecrim  purifica o ar e afasta os maus espíritos.


Travancas,  Argemil e São Cornélio, unidas pela prática religiosa, até quando?


Alegria pelo dever cumprido.


O futuro está aqui, nas duas!


Geração grisalha, fiel à tradição.




Sem comentários: