quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ode ao Outono


Em gradeamento e varanda de ferro

Primeiro, as heras avermelhadas, no muro de pedra velha, são sinal de que o verão se extingue e o outono vem a caminho.


Depois, dia após dia,  o tapete de erva verdejante cobre-se com o manto de folhas caducas, de diferentes tonalidades de verde, amarelo, vermelho, castanho e violeta.  Com a vista mergulhada na dádiva da palete de cores  vivas, o coração exulta de alegria, entoando louvores ao Criador.



No outono, após as primeiras chuvas, descobre-se que brotam do chão cabeças de frade, níscaros e outras variedades de cogumelos, nem todos, porém, comestíveis.



Recordar é viver
No outono, até a velha varanda de ferro, cor de ferrugem, se torna mais bela, quando banhada pela luz  suave  das tardes ensolaradas. Recordações saltam à memória, dando lugar à saudade de tempos idos.


Observar a Natureza, estar atento ao que nos rodeia, é como estarmos a olhar-nos ao espelho!



Na Natureza vemos  reflectida a nossa imagem, em lenta transformação. Nascer, crescer, reproduzir, envelhecer, morrer, num processo de vida, morte e  renascimento contínuo.


Bela vista
Primeiro, o souto e os campos, semeados  de pão, do Vale da Bouça; depois, Argemil da Raia; em tons azulados, ao fundo, as montanhas da Galiza... O que a Natureza fez igual, os homens dividiram.


Varandas da tua, da minha casa, um olhar para o mundo...


Ai, como eu gosto do Outono!
Tenho 'morrinha'!
Tenho saudade!



Algumas das árvores fotografadas foram plantadas por mim, por serem espécies de folha caduca, plantas que contribuem para o meu bem estar psíquico e emocional.



Uma vigorante caminhada, para fazer em dias de outono, é ir pelo caminho do contrabando, de Travancas às ruínas de Palheiros, passando pelo alto da Fonte Fria.

Se se plantassem mais árvores de folha caduca à beira do caminho...


...Ganhariam, em beleza, as aldeias raianas e, em prazer desfrutado, aqueles que palmilham Terras da Raia!




Travancas no outono


Na fronteira da Natureza: Perseverância, viglância


Para concluir...
Autant de souvenirs / Tentas recordações
De tous les jours qui dorment là / De todos os dias que dormem lá
Dans le bois de la vieille porte.. / Na madeira da velha porta...

Adaptação de texto  "La Vieille Barque", de Mireille Mathieu



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