domingo, 30 de dezembro de 2012

Todo Dia é Ano Novo

Vida nova!
 

É Ano Novo todos os dias em que renascemos para a Luz  na nossa mente e no nosso coração.
 
 
 
No Calendário Juliano, seguido pelo mundo ocidental, o Ano Novo começa no dia 1 de janeiro. Mas a contagem dos anos e o ínício de um novo ano, variam de acordo com os calendários. No judaico, o ano novo de 5773 começou dia 16 de setembro de 2012. Os islâmicos estão no ano de 1434, iniciado dia 14 de novembro de 2012 e para oos chineses, o novo ano - Ano da Serpente - começa dia 10 de fevereiro de 2013. O Calendário Egípcio é, no entanto, o mais antigo de todos, data do início da construção das pirâmides!
 
 
Se todo dia é ano novo...portanto...
feliz ano novo todo dia!
Aos meus seguidores e visitantes
 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Boas Festas há setenta anos

Era assim, no tempo dos avozinhos

Para se desejar Boas Festas em 1941, o bilhete postal era o meio utilizado. Na época da Segunda Guerra Mundial,  não havia ainda telefone em Travancas; Não havia, como agora, e-mails, mensagens sms, chats, fotos digitais, video-conferências, facebook e IPads.  Era por bilhete postal que comunicava, à distância, o casal de namorados. Ela, residente em Travancas da Raia;  ele, destacado como guarda fiscal, no posto de Amareleja, Alentejo. 
 
 
 
"Quanto mais prima, mais se lhe arrima". Até ao século passado eram frequentes os casamentos entre primos. Os afetos, normalmente, ficavam-se pelas palavras de cortesia, estendidas à família. Hoje, qual a rapariga que casa com um primo? Os jovens trocam mensagens codificadas no telemóvel,  fazem-se amizades nos chats e no msn.  No Facebook partilham-se fotos  com conhecidos e desconhecidos...
 
 
 

Os postais de Boas Festas de hoje são eletrónicos, apesar de haver quem resista à inovação e continue a enviar as Boas Festas pelo correio. O mesmo postal, com o mesmo texto, pode ser enviado, em simultâneo para todos os contatos que se possua no G-mail ou noutro servidor. Noutros tempos, a troca de mensagens demorava dias a chegar ao destinatário; agora, para enviar votos, mesmo distantes, vêmo-nos e ouvimo-nos em direto!
 
 
 
Os postais de Boas Festas são documentos que retratam uma época. Os de hoje são laicos, muitos deles mostram o Pai Natal e o pinheirinho enfeitado com bolas reluzentes. No tempo do nossos avós as Boas Festas tinham sempre motivos cristãos. Além de valores religiosos mostravam  ideologias, como o lema  do Estado Novo, no selo,  "Tudo pela nação". Pode-se comparar preços; este postal, com franquia, custou 0$75 escudos,  ou seja, setenta e cinco centavos. Em euros, essa quantia corresponde a menos de meio cêntimo!
 
 
 
 

sábado, 22 de dezembro de 2012

É Natal

Nos nossos corações
 
A vaquinha e o burrinho,  mesmo depois do esclarecimento do Papa, continuam a fazer parte do presépio, no Lar de Travancas. Afinal, a tradição ainda é o que era!
 

O espírito natalício está em nós, nas nossas relações de vizinhança, no aconchego da lareira, na névoa que cobre a aldeia e no garrido azevinho.
 

Na tarde em que fui ao Lar do Senhor dos Aflitos, para desejar boas festas à direção, funcionários e residentes, encontrei este grupo de senhores, entretidos, a jogar às cartas. O ambiente era de acalmia e paz. No ar pairava harmonia divina, abençoando todos que lá se encontravam.
 
 
Além do presépio e do pinheiro de Natal, no Lar também houve, na passada quinta-feira, um jantar de Natal.
 
 
Pinheiro feito pelos idosos


Casa do senhor Modesto, das raras, iluminadas com decoração natalícia. A do Xico, fez-me tristeza. Desta vez não tinha as habituais decorações à porta, a fazer lembrar que estamos no Advento, à espera que nasça, em Belém, o Salvador.
 
 
Outra moradia com decoração de Natal, conforme a tradição católica de valorizar os elementos cristãos da quadra natalícia, em detrimento de elementos pagãos e laicos.
 

 

Quando passei pela igreja matriz, para fotografar o presépio, ainda não estava feito.  Dia 19, no entanto, a esposa do Matias, com a ajuda da minha, lá o fizeram. Deve ter ficado bonito, como sempre acontece!
 
 
 
Bom Natal
A todos
E, em particular, aos emigrantes
 
 


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Gastronomia caseira

Fumeiro do nosso contentamento
 
Enquanto o tempo de  matanças vai continuar por janeiro fora - há quem mate duas vezes ou mais - o primeiro fumeiro já  começa a ganhar cor  nos lareiros, como neste do Nicolau.
 
 
Todavia, rompendo com a tradição, de há uns anos para cá, há quem faça enchidos ... sem fumo!
 
 
Esses chouriços, feitos à moda galega, são feitos com carne picada, da pá e  da perna do reco,   partes tradicionalmente usadas para fazer presuntos.
 
 
 
Fazendo  chouriças. Maria, assim se chama a menina, tirou uns dias de férias para ajudar a família a fazer o fumeiro.
 
 
Couve penca ou portuguesa. Em Lisboa, há quem lhe chame couve de Natal.
 
 
Plantada em setembro e fins de agosto, é colhida, em força, na época do frio.
 
 
 
A couve penca quase sempre acompanha batatas cozidas. Se lhe juntarmos, na matança, as iscas do fígado de porco ou os "rijões", temos uma refeição simples, sem condimentos, mas suculenta  e saborosa.
 
 
Na época das matanças também se colhem nabiças, semeadas depois do São Bartolomeu. Possivelmente, devido às sucessivas geadas,  no princípio do mes, os grelos estão atrasados. No entanto, de espécies mais temporãs, já se colhem alguns.
 
 

Também já se comem alheiras do fumeiro deste ano! Consumidas  com grelos e batatas cozidas, cá da terra, que paladar resiste a tal manjar?
 
 
Bucho ou butêlo, designações transmontanas, para o enchido feito com costelas partidas, sorsadas. Em minha casa, este prato costuma constar da ceia de fim de ano.   Todavia, nunca vi  buchos tão grandes como estes na cozinha do Nicolau!
 
 

Chouriça de cabaça com batatas, nabiças  e feijões chícharros.  Bem bom!
 
 
 
"Presuntos de Chaves" no fumeiro. Que melhor, que estes sabores caseiros da nossa terra?
 
 
 
 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Tempo de Matanças' 12

Tempo de abastança

Hoje mataram-se mais cevas. Duas, o Modesto; uma, o Fernando. Esta semana também matam, o Albano, o Tó Ribeiro e outros cujos nomes me escapam.  
 

O tempo, com geadas noturnas e sol brilhante, durante o dia, vai de feição para a tradicional matança do reco, costume que fundamentalistas apelidam de bárbaro,  desconhecendo a sua importância económica e cultural, para a sobrevivência das comunidades rurais de Trás-os-Montes.
 
 

A ceva, com cerca de 150kg, resistiu à força de cinco homens, até o cuincar expirar.
 

Gustavo, da Cila, não acertou à primeira, mas conseguiu!
 

Já vai longe o tempo em que o reco era chamuscado com palha.
 
 
 
Terminada a época das colheitas  de outono - a castanha foi a última  - vem a matança, festa de abundância, em que amigos e vizinhos participam.
 

Antigamente, do porco tudo se aproveitava. Até o sangue - berde - era utilizado para as "papas", para cozer e para sangueiras.  Não foi o caso, hoje.
 

Animal pronto para ser pendurado e aberto, até enrijar, com o frio.



Geada, às 10h da manhã.
 

Reco do Modesto, de  "pata preta", pronto para desmanche, dentro de dois dias. Será o "goberno da casa" durante o ano!
 
 

 

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Beleza das Geadas

 Enquanto a neve não chega
 
Neve, por enquanto, só a vemos nos pontos mais altos das serras do Larouco, Gerês e na Galiza - Manzaneda e Sanábria.
 
 
Com as geadas, as cores do outono, rendilhadas de branco, tornam-se ainda mais belas!
 
 
Numa curta volta pela aldeia captei as cores que se seguem, da   última geada. No planalto de Travancas, diariamente, as temperaturas noturnas têm descido abaixo de zero graus.
 

Folhas de pereira
 

Gavinhas cobertas de branco
 
 
Ramo de alecrim

 

Ramo  de sementes de couve galega
 

Roseira e morangueiros
 

 


Giestal
 



Folhas caducas de carvalho bravo
 

Pinheiro, pinherinho de Natal!
 




 

Flor de urze, planta endémica nos montes.
 

Cristais de gelo
 

Ouriços


Bagas de sebe
 
 

Ao cair da noite, às 17 horas, o regresso a casa, para o reconfortante calor da lareira, nestes dias gélidos.