quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Nevadas de Ontem e de Hoje

Outro nevão na Terra Fria raiana

Nevada de Natal de 1965
Tantas crianças que havia na altura! Alguém sabe quem são?  Hoje, contam-se pelos dedos de uma mão, as que moram na aldeia. Será sinónimo de progresso, a terra esvaziar-se de gente? Se a maior riqueza de uma região é o elemento humano, será caso para meditar se no último meio século,  a aldeia enriqueceu ou empobreceu. Perantre a conclusão, óbvia, entristece-me o descalabro demogtáfico - hélas - não contrariado por trinta e cinco anos de regime democrático.


Na noite passada e no dia de hoje, a neve voltou, silenciosa e fria,a cobrir de branco as terras altas da raia transmontana.


Em contrapartida, em meio século de hemorragia populacional, construiram-se novas e alindadas moradias, parte delas para ficarem vazias, às temporadas.



A partir de Travancas, o olhar abarca de branco a Terra da Frieira galega, a Sanábria e a Terra de Lomba; as serras da Nogueira, de Bornes e a Bolideira; as serras do Gerês, Barroso, Larouco e a Cota de Mairos. 




"Teño morriña, hey, teño saudade, porque estou lonxe de eses teus lares"
Julio Iglesias


O rigueiro que existia sob a Rua de Camões, separando bairros da aldeia, ainda é do tempo das meninas.


Entretanto, antes do aparecimento das máquinas de lavar roupa, foi construído um lavadouro público, atualmente com pouca serventia.

As nevadas de hoje não são como as de antigamente.


Naqueles tempos a neve ficava alta por vários dias.

A neve que caiu hoje derreteu ao longo do dia. A Câmara de Chaves, entretanto, enviou a estas terras da "montanha", pela primeira vez, uma carrinha, adaptada a máquina limpa-neve.




A meio da manhã a circulação de Travancas para Chaves, fazia-se com normalidade, adequada ao estado do tempo.



Amanhã, veremos o que acontece...


Nota: fotos de arquivo

1 comentário:

James disse...

Muito Obrigado mais uma vez pelas suas fotos, gosto especialmente das tematicas de Inverno, pois Trás os Montes está no nosso imaginario também pela neve. Quanto às crianças, não é só por esses lados que elas escaceiam. Em Alenquer (aldeia do concelho)em 1986 quando eu entrei para a escola, eramos 34 na turma. Na mesma escola estudaram os meus primos que estão agora na Faculdade e Lembro-me que na altura as mães deles diziam que a turma mal chegava a 20. Hoje em dia sei que na minha mesma escola a turma da primeira classe tem 14 crianças. ou seja menos de metade da minha primeira classe. Pois eu sei que ai em cima, as coisas são ainda piores...menos crianças e talvez por razões diferentes. A minha pergunta é..para onde caminha o nosso interior? Sei que a resposta não é fácil.